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Estamos começando uma série de matérias novas aqui no blog. Trata-se de entrevistas com empreendedores clientes que tiveram experiências interessantes de negócios e importação. Nossa intenção é dividir com vocês vitórias e desafios de quem já viveu e ainda vive o empreendedorismo e a importação/exportação como estratégia de negócio.
A primeira conversa foi com o Rodrigo Alves, da Fixcomm. A conversa foi tão rica que separamos em 2 posts diferentes, por isso fique atento para a 2 parte. Confira de perto seu processo de abertura da empresa, importação, aprendizados e os próximos passos de seu negócio.
O que é a Fixcomm?
A Fixcomm nasceu em 2011. Nascemos para fazer serviço de pós-venda, ou seja, fazer reparo de aparelhos celulares. Porém reparos de grandes lotes, sem ser aberto para o varejo, principalmente porque o varejo é um mercado de oportunidade e nós não queríamos trabalhar com isso.
Percebemos que existia uma grande lacuna no mercado corporativo. Grandes empresas têm muitos aparelhos celulares que se tornaram ferramentas de trabalho. Com isso começamos a identificar que esse seria um nicho bacana de trabalho. Não existia nenhuma empresa que oferecia reparo de celulares para o mercado corporativo.
Chamamos de Gestão Técnico Corporativa, e ela se tornou uma solução de pós venda para empresas. Na maioria dos casos as empresas fazem a compra, porém não tem quem ofereça o serviço de assistência. Atualmente também não existe um canal de atendimento direto dos fabricantes para esse tipo de serviço.
Então em 2012 direcionamos o foco para esse tipo de atendimento, nos profissionalizamos e focamos a estratégia de negócio da nossa empresa.
Uma das grandes necessidades que temos no nosso mercado são as peças de reposição. Por isso acabei tirando o RADAR e por indicação de um amigo contratei o serviço da Venus. Iniciamos a importação dessas peças para ter uma alternativa, principalmente porque o mercado em que atuamos é totalmente informal.
Com a intenção de não fomentar esse mercado informal uma alternativa é a importação de peças. Nossa ideia foi começar a importação para combater a informalidade, além disso, é possível encontrar um preço bem melhor fora do que aqui no Brasil.
Qual foi o fator decisivo que te fez apostar no seu negócio?
Tem alguns fatores importantes. O primeiro é entender qual é a necessidade do mercado atual e tentar projetar se isso é um negócio sustentável a longo prazo.
A primeira viagem que fiz foi para China, para comprar máquinas que “fazem” (reparam) vidro. Nós já fazíamos isso artesanalmente, mas senti a necessidade de fazer industrialmente. Hoje eu consigo atender empresas que trabalham no segmento de restauração de celulares industrialmente.
Mas o caminho foi entender a necessidade do mercado, percebi que em algum momento alguém ia começar a fazer isso. Me antecipei e investi em ser o primeiro.
Como foi processo de entender como começar a importar?
Surgiu uma demanda de um cliente com um grande lote de restauração de aparelhos. A demanda era grande e iriamos precisar importar peças específicas. Com isso eu tive que “caçar” fornecedores externos. Até que consegui encontrar um fornecedor, que depois até se tornou um amigo pessoal. Mas, foi quando descobri esse fornecedor que começou a demanda real pelo processo de importação.
A partir daí começou a abrir um leque de outras oportunidades. Acessórios, aparelhos, máquinas, entre outros.
Qual foi seu maior receio quando começou a importar?
Minha primeira preocupação era perder meu dinheiro. Isso porque quando você faz uma importação tira 2 ou 3 meses de fluxo de caixa da sua empresa. Tinha medo de perder a mercadoria ou cair no canal vermelho ou cinza.
Ou seja, acho que o principal era de não receber o que era previsto ou ter algum problema legal. Mas, nunca tivemos nenhum problema e não tenho mais esse medo de importação.
Como foi a “caça” pelo fornecedor?
Comecei pelo site Alibaba, online. Ele te dá uma segurança de pagamento, de não perder dinheiro. Essa plataforma te abre um leque grande de oportunidades, inclusive com avaliações de compradores. Além disso, fiquei muito surpreendido positivamente com a cordialidade dos chineses.
Porém acontece de perder dinheiro. No ano passado, mesmo já experiente com importações acabei caindo num golpe. Estava no processo de encontrar um fornecedor para comprar um lote de aparelhos e mandei o dinheiro de compra para uma empresa nos EUA, então eles sumiram. Era uma empresa e eu mantinha o contato direto, tinha site, mandava fotos dos produtos e mesmo assim era um golpe.
Daí surgiu a necessidade de ir para fora visitar as empresas. Ou seja, perdi dinheiro, mas investi mais e fui conhecer de perto os fornecedores. Nessa visita descobri que esses golpes estão se tornando comuns nos EUA.
Por isso achei importante conhecer os fornecedores pessoalmente. Dessa maneira você consegue entender até o porte do fornecedor. Fiz essa visita na China também.
Na China decidi participar da Canton Fair, uma feira intermodal, mas não foi uma experiência tão interessante. Como essa é uma feira com diversos segmentos tive dificuldade de encontrar fornecedores bons do meu ramo. Nessas feiras grandes normalmente você encontra mais fornecedores pequenos e com poucas oportunidades de negócio.
Descobri que quando for visitar feiras no exterior é mais indicado procurar uma feira do seu ramo. Feiras com foco no seu ramo são menores, mas com uma concentração melhor de fornecedores.
Como você acha que pode se precaver para receber o que está comprando do fornecedor?
Eu acho que pesquisa é sempre bom. Se você puder buscar referências lá fora é muito importante. Uma coisa que está começando a surgir muito são empresas que se especializam em trazer bons fornecedores.
Acho que também é válido conferir com seu despachante ou consultor de importação. Isso por que sozinho muitas vezes pode sair mais caro.
Os investimentos com viagens se provaram investimentos mesmo, e não custo?
Totalmente. Eu enxergo como investimento, tanto que depois se torna uma meta a ser atingida. Ou seja, eu preciso pagar esse investimento da viagem. Quando eu faço as viagens eu faço com foco total, tem lazer se consigo encaixar na viagem. Caso contrário é foco no investimento na viagem.
Acho até que agora vai se tornar um investimento continuo. Já fui para Argentina, Paraguai, China e Estados Unidos sempre à procura de negócios.
Concluindo
É muito interessante como o processo de escolha dos fornecedores é desafiador para todos os empreendedores que vão iniciar a importação. Esse é um momento crucial, pois o investimento normalmente é alto e muitos ficam inseguros com relação à mercadoria e os trâmites legais.
Para ajudar nesse processo falamos aqui no site sobre como avaliar fornecedores externos, dicas para desenvolver fornecedores e inclusive um check-list para visita em fornecedores externos. Mas, sem dúvida a experiência do Rodrigo prova a importância de fazer visitas e conhecer melhor quem será esse parceiro de negócio.
Ele mostra também o quanto é importante manter o foco durante essas viagens de negócio. Talvez fazer um check-list de todos os seus objetivos e metas da viagem possa ser interessante para manter o foco quando for viajar a negócios.
Em breve vamos dividir com vocês a segunda parte dessa conversa. Vale ficar atento pois vamos conversar sobre investimento para o negócio e sabemos que esse é um tema importante para todos os empreendedores.
Esperamos que estejam gostando! Deixe um comentário!
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